terça-feira, 14 de junho de 2011

Esta(s)ções

Pensei hoje: “Teu olhar desmente as tuas palavras”, mas o que importa?! Não vou ficar tonta em delírios particulares.

E este medo de perder a liberdade? Tudo bem, e, nesses dias quem não tem?!

Por que você se protege tanto (se eu quero fazer isso por você)? “Eu quero?!” também tenho tantas dúvidas, marcas que ficaram. E esses planos que você faz para nós – sempre estáveis, mas, paralelos. Não sei se percebeu, mas eles se cruzam de tempos em tempos em um caminho. Tanta coisa que eu não esperava se fez.

Daí me pego escutando: ”um dia ainda vamos ter que decidir, você sabe!” (Mas esses lances do jogo já não me surpreendem mais).

Só o que realmente me interessa é quando estamos no altar de Vênus, celebrando... pele a pele... aquele seu olhar me toca e se traduz de um jeito que eu entendo, mas, que se eu te dissesse, você negaria enfaticamente. Te digo, somente aqui, são tantas indagações que me fazes: “é mais do que desejo?”; “o que tá acontecendo? Me ajuda! Esclarece!”; “ O que eu to sentindo?”; “O que é isso que existe entre nós?!”. Então, o que era consenso “isso é pura diversão!”, se transformou... depois disso, impera o silêncio.

Mas eu já entendi o seu jogo, sua estratégia... “recolha-se guerreiro, voltamos a pelear numa outra estação; deixa a chuva fazer o seu trabalho”.

Depois as criaturas tomam conta de nós novamente.


Patrícia Abreu
14/06/11

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Alicerces no seio da contradição

Nas contradições de um nascimento
A formação de uma identidade, em necessárias ações
Em um momento de pós-guerra, ainda tantas dominações
Duas classes num mesmo corpo, imersas em julgamento

Num jogo de interesses que determina a prática social
A ameaça iminente da reivindicação sindical
O movimento operário a favor de seus direitos
O Serviço Social como resposta traz seus efeitos

A pobreza que impede o consumo e que incomoda constantemente
A Burguesia se compadece, também sofre com a “Depressão”
Um novo planejamento, um rumo para dominar a situação
A assistência social, o espírito de caridade que ajuda, também prende

Eis a assistência, reformadora de caráter e da questão social
Aconselhamento familiar, pois é preciso pensar no bem-estar social...
É preciso ser “dócil” à religião, à política... à ação que lhe foi posta
É preciso obediência, pois sobre a Lei do Pobres expectativas foram expostas

Mas, quem vai intervir frente às problemáticas alicerçadas?
Temos que educar trabalhadoras sociais e escolas são necessárias
Disse Mary Richmond, que as artes da ajuda são extraordinárias
Então, eis a “conselheira”, o instrumento das perspectivas alcançadas

Veio a 2ª guerra mundial, as escolas se expandem por outros continentes
E por coincidência o avanço global capitalista está mais ascendente
Os assistentes sociais trabalham nas escolas, clínicas...
Mas da Igreja Católica, recebemos as encíclicas

Em outro continente, mesma e outra contextualização
Uma escola fundada por um médico, veste os agentes sociais como sua extensão
Vemos estreitar-se o Serviço Social com a área da saúde e a concepção higienista
Um modelo estrangeiro em outra realidade, tantos questionamentos em vista

Em nosso país, o Serviço Social nasce vinculado à Igreja
Com interesses para livrar às famílias dos males comunistas
Também garante que em desenvolvimento a indústria esteja
Ajudando os modelos de produção em roupagens assistencialistas

Nos anos 40, um Estado que gera um sistema de produção em massa
Linhas de montagem, o funcionamento estático do operário se traça
Nos anos 50, um novo método para desenvolver comunidades
Ajustando as famílias à nova “ordem” conservadora de moralidade

Um homem alienado, um homem mercantil
Vende sua força por um salário insultante
Alienadas são as raízes da indústria senil
Faz do homem um ser fetichista relutante

Desmistificando argumentos e técnicas, revisamos a realidade fundamental
Alternativas sempre precisaremos buscar para legitimar a justiça social
Desconstruindo e reerguendo uma forma de defesa humana estratégica
Nos comprometemos a ratificar a consolidação do nosso Código de Ética

Patrícia Abreu
* 2008 *

domingo, 18 de julho de 2010

Dialógica da despedida

Encontrar eu quis...

você veio e surgiu a possibilidade,

mas as sensações independem de nós;

procuramos algo que nos inquiete, que nos envolva...

Sentir é a essência dessa busca desritmada.

Humm! Um amor, quem não quer?

Não existe idade, nem experiência que nos valha desse querer.

Eu quero colo e você também...

alguém com quem compartilhar, além do que se imagina.

A vida e o amor, surpresas sempre.

Quis ver em você, a minha grande surpresa...

mas é isso... inquietante sou e não senti o mesmo, nem você também.

O tempo e suas respostas... que se façam presentes!

Patrícia Abreu

*Arquivos de 2007*

sábado, 17 de julho de 2010

Love of my Night

“Sexta-feira, fim de semana, sinal verde para liberdade. É incrível o poder que esse dia exerce sobre as nossas vidas”, pensávamos enquanto nos dirigíamos a um barzinho, só eu e você.

Como dizia um velho conhecido (coincidentemente, em uma sexta-feira): “– Hoje é sexta, dia dos despautérios! Então saltite porque é bom e pronto.”

Estávamos andando pela rua quando senti um ar de liberdade, talvez a companhia me despertava tanto isso, principalmente quando dela, eu escutava aquela gargalhada inconfundível(kkkk...) -- e que saudade dessa que quebrava os mais resistentes icebergs.

Chegando ao bar, um calor toma conta de nós (deixa-me explicar: era culpa do dia que estava quente. Rs)...mas vamos a parte boa da história: sentados lado a lado, à mesa, pouso minha cabeça sobre o seu ombro, e foi o que bastou para sentir você de um jeito envolvente, fechei meus olhos e teus lábios tocaram os meus, vagarosamente, nossas línguas ficaram num roçar insinuante, e ao fundo, após alguns instantes, escutamos uma linda música: LOVE OF MY LIFE (que se traduziu: LOVE OF MY NIGHT). E assim, tão efêmero quanto a noite e a canção, foi o beijo e um amor de sexta-feira.

Patrícia Abreu

*Registros de 2007.*

terça-feira, 13 de julho de 2010

Rendição

“Vou embora com a ressaquiada certeza

De que a ´resistência` és tua fortaleza...

E que mesmo no adocicar do vinho

Há um paladar encrustado de espinho

É! A guerra não é só perdida no calor da batalha,

Mas na sutileza do silêncio que afaga a falha

E, no orgulho frágil por trás da trincheira,

O guerreiro se desarma e mostra a sua maneira”

Patrícia Abreu

Quando Ninguém Vê

Um grilo a minha frente

Eu, saciada da sede que me consumia, ainda

Me encontro com água no copo à mão

E o líquido é gelado; qual será a sensação?

Devo jogar?Não, isso é mal!... como deve ser?...

Joguei! O grilinho saltita mudo, desembestadamente

E eu: Coitado! Que maldade! Deus me perdoe!

... guardo o copo.

Patrícia Abreu